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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

ACERVO MASC

 ESCULTURA NO 
MUSEU DE ARTES DE SANTA CATARINA 




Escultura adquirida pela Associação Amigos do Museu de Arte de Santa Catarina para o Acervo da Instituição.


A cultura é vital nos espaços das cidades, sua interação manifesta-se com a arte pública  e seu relacionamento com a paisagem . A arte possibilita a recuperação do espaço público  para a cultura  e a construção do imaginário. Estimula asleituras sensoriais e cognitivas. Ativa as dimensões da cidade, cria oportunidades para explorar novas realidades e fantasias. Jorge Schröder, escultor gaucho.Sua obra é construtivista, caracteriza-se no vigor da forma e na força contida na matéria prima, bronze, madeira, alumínio, cobre e resinas acrílicas. Jorge busca intuitivamente cortes e recortes desarticulados, reinventado no gesto sensual das fendas, espaços decisivos, instigantes. Suas esculturas metaforicamente carregam no corpo da matéria , latente paixão contida. Paixão como dizia  Bérgson: “ percebeis quando abro meu sentimento, não percebeis quando os fecho”.
O museu de Arte de Santa Catarina  e o Museu de Arte de Joiville são contemplados com duas esculturas públicas do escultor Jorge Schröder, obras de importante referência para o acervo museológico da Arte Catarinense.

                                                      Msc Lygia Helena Roussenq Neves
                                                      Diretora do MASC 
                                           Associação Brasileira de críticos de arte -ABCA 


INSTALAÇÃO DA ESCULTURA 

Entrega Oficial da escultura para Maria Terezinha Debatin
Presidente da Fundação Catarinense de Cultura.

Grupo técnico do Museu de Arte de Santa Catarina e Fundação de Cultura. 

 MOSTRA DE ESCULTURAS DE GRANDE PORTE
 Ocorreu nos anos de 2005 e 2006 em conjunto com o escultor Pita Camargo, percorrendo cidades de Santa Catarina e São Paulo, incluindo neste percurso os Jardins da Scar em Jaraguá do Sul, a Univali em Itajaí, o MAJ- Museu de Arte de Joinville, os Jardins do Museu de Artes de Santa Catarina CIC e o MUBE Museu Brasileiro da Escultura em São Paulo. 



REPOUSO EM TESÃO 



            Em um verso da doutrina filosófica secreta da Índia Milenar, os Upanishads, condensa-se toda a transcendência da matéria: Move. Não se move. Está longe e está perto. Está dentro de tudo isso, e está fora de tudo isso.
            Pares opostos, que indicam a instabilidade da matéria e de nosso conceito de idealização de uma solidez das massas, imbuído pela visão mecanicista de um mundo baseado em corpos materiais sólidos e do espaço vazio.
            Na arte moderna, o questionamento do papel da matéria surge na escultura a partir do século 20, ao libertar-se da tradição naturalista quando começa-se a discutir a superfície dos volumes, propondo sensações visuais em lugar de meramente valorizar a profundidade, passando os elementos tácteis a ter maior peso que o conteúdo pictural. Entretanto, uma das  tendências mais significativas na escultura moderna, o  Construtivismo, aparece no “Manifesto” de Gabo e Pevsner como renúncia da massa como elemento escultural, restituindo a linha à escultura e afirmando que a profundidade é a única forma do espaço. Ficamos assim numa situação conflitual, por um lado  a negação da profundidade e valorização da superfície, por outro o envolvimento do espaço como forma participadora na  conceituação da tridimensionalidade.
            Diante da obra de um escultor “em processo”, falo assim da evolução de Jorge Schröder, hoje situando-se no construtivismo, percebo o conflito íntimo entre a doutrina teórica e a manifestação técnico-material, no processo de uma concepção imagética. Suas esculturas de grandes dimensões anseiam pela coexistência de um espaço real, de um campo visual que coloque uma forma nascida estática e plena de tensões, diante da dinâmica do mundo. Existe necessidade de integrar o espaço como terceiro elemento  de sua construção, que talvez só a liberdade de horizontes livres permita-lhe alcançar.
            Como obra construtivista, nota-se claramente a montagem das partes formando o bloco escultórico, articulando-se pela soldagem ou vazamento dos planos concebidos isoladamente, exigindo assim engenharia de projeto. Na experiência de ver, o olhar percorre o tratamento exterior, na tactilidade do alumínio escovado e do latão polido, deslizando pelas curvas acentuadas que pedem largar-se na voluptuosidade das formas. Planos e curvas organizam-se estruturalmente, cortando o espaço em que há uma expectativa de movimento, de desequilíbrios entre topo e base, penetrante e adentrado, nas esferas que brotam ou correm numa canaleta, naquele átimo congelado de tensão que instiga ao observador imaginar uma situação limite.
            Tensão e pressão provocam instabilidade na massa, a forma criada parece amolecer, encurvar-se, modificando-se pelos elementos intrusivos que nos provocam, pelo desequilíbrio entre a expectativa de uma rigidez metálica e o amolecimento indesejável da matéria dura, que tratada pelo artista, almeja no seu íntimo alcançar a suavidade da pele do metal. O recorte das formas que se imbricam sugere conjunturas em que as massas se chocam, comprimem-se, criando situações de pressão onde as curvas côncavas pressionam para dentro enquanto as cunhas convexas resistem – espera-se instabilidade, entretanto ocorre repouso em tensão.
            Como obras “em processo”, existem ainda resquícios de fases anteriores, formas orgânicas em resina acrílica que acrescentam um componente permeável à luz comprimido pelo metal, fugindo da proposta construtivista ao conduzir a leitura para formas da natureza. A busca pela plasticidade ainda está aqui contaminada pelo excesso, gerando um descompasso que a determinação formal do construtivismo exige.
            Na ótica construtivista de sua fase atual, a resposta plástica de Jorge Schröder à solidez das massas, é a criação de volumes evocando qualidades tácteis, e um acordo bem resolvido entre aparência  e peso da massa escultórica, tão perto e tão longe em um universo em tensão.

                                                                                                                           Walter de Queiroz Guerreiro
Membro da Associação Brasileira e Internacional

      de Críticos de Arte (ABCA / AICA) 


Foram adquiridas pela associação duas obras para os mais importantes Museus de Arte de Santa Catarina,



MUSEU DE ARTES DE JOINVILLE
MAJ












MUSEU DE ARTES DE SANTA CATARINA
MASC





https://www.youtube.com/watch?v=7al8w2upbgU